Metodologias ativas para além do ensino: case do Ministério da Saúde

Hoje o assunto é como podemos usar as metodologias ativas de ensino para além de aulas e treinamentos. Bora nessa?


Você provavelmente passou pelo menos 12 anos da sua vida em uma escola tradicional. O seu time também.

E também os organizadores daquele evento que você foi, e até o professor do treinamento que você fez.

Na escola a gente era aluno, mas quando entramos no mercado de trabalho, a gente passa a ocupar espaços de liderança que exigem da gente habilidades bem parecidas com a de professor(a).

Quer um exemplo?

Quando você precisa tocar uma reunião, sua missão é repassar informações importantes e também conduzir o grupo a entregar algum projeto ou solução.

Quando somos colocados nesse papel de liderança, é comum que a gente replique o que vivemos na nossa própria educação, porque foi lá o primeiro contato que tivemos com “liderança”.

Só que as relações nas escolas tradicionais são formatadas de uma forma bem padronizada: eu falo, você ouve. Eu dou as instruções, você aprende e replica.

Agora a pergunta que eu faço é: como um líder poderia conduzir seu time de forma a gerar ideias mais originais, mais criativas e despertar ainda mais o protagonismo e o engajamento?

Em vez de fazer uma reunião “solta” em que as pessoas jogam suas ideias de forma desordenada, e se esse líder aplicasse uma metodologia ativa pra conectar as ideias e soltar ainda mais a criatividade do grupo?

 

Case do Ministério da Saúde

No começo do ano fomos convidadas por um departamento do Ministério da Saúde para ajudá-los a construir o seu planejamento estratégico.

Não estamos falando de um treinamento, e sim de um processo de co-criação. Mesmo assim, as metodologias ativas caíram como uma luva, e eu quero compartilhar com você algumas coisas que fizemos.

O nosso primeiro desafio era garantir que todo mundo do departamento tivesse clareza de qual era o grande propósito do time, e que todos estavam olhando na mesma direção.

 

Em vez de gastar horas e horas em um debate solto, em que as pessoas vão jogando ideias confusas e o grupo acaba gastando horas naquilo, a gente aplicou um modelo focado e muito mais produtivo.

Resolvemos começar com a Estrutura Libertadora 1-2-4-todos. Pra começar, fizemos o convite para reflexão: Por que os brasileiros topariam fazer uma vaquinha para criar e manter o nosso departamento?

Assim, pedimos pra que cada pessoa listasse seus motivos individualmente em um post-it.

Em seguida, pedimos que as pessoas se juntassem em duplas, trocassem ideia do que pensaram e escolhessem uma ideia única.

Depois, duas duplas se juntavam, formando quartetos, trocavam ideia e escolhessem uma ideia única.

Ao final do processo, cada quarteto compartilharia suas ideias e o grupo escolheria uma ideia única, que se tornou o grande propósito comum do grupo. Esse propósito guiou todo o processo e ajudou o grupo a se sentir mais focado na missão deles.

Depois disso, os participantes foram convidados a participar de um World Café para a criação da missão, da visão e dos valores do departamento. No World Café cada estação seria uma etapa e os participantes iam transitando entre as estações para deixarem suas contribuições. Ao final, os anfitriões de cada estação compartilhavam como ficou e o grupo fazia os ajustes finais, juntos.

Você percebe como cada metodologia tem um objetivo e gera um resultado concreto? Aplicar técnicas da aprendizagem ativa no dia a dia vai muito além de treinamentos – é sobre construir um modelo mental criativo voltado para resultados e foco.

Não perdemos tempo com discussões improdutivas, sem a certeza de que vamos chegar a algum  lugar. Com as metodologias ativas, sabemos que vamos sair daquele encontro cheios de resultados pra trabalhar em cima.

Na Numi, internamente, usamos as metodologias ativas pra tudo: seja pra estruturar o conteúdo de um novo livro (spoiler!), seja pra resolver problemas relacionais da equipe, seja pra definir as metas de 2024. Assim, os nossos processos ficam muito mais focados, produtivos e, claro, bem mais engajadores.

Agora, quero jogar a bola pra você: em quais momentos da sua vida, seja pessoal ou profissional, você gostaria de testar as metodologias ativas?